segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uso prolongado de aspirina é ligado a tipo de cegueira

Pessoas que tomam aspirina por muitos anos - pacientes cardíacos, por exemplo - são mais suscetíveis a desenvolver um determinado tipo de cegueira, revelaram cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália. Os resultados foram publicados dia 21 de janeiro na revista científica JAMA Internal Medicine.

O estudo acompanhou 2.389 pessoas com 65 anos, em média. Um em cada dez deles usava aspirina pelo menos uma vez por semana. Os pacientes foram submetidos a testes oftalmológicos a cada cinco, dez e 15 anos. Ao final do estudo, os pesquisadores concluíram que 9,3% dos pacientes que tomaram aspirina desenvolveram o tipo úmido da degeneração macular relacionada à idade, contra uma taxa de 3,7% entre os pacientes que não faziam uso da medicação. De acordo com os autores, a cegueira foi notada após 10 ou 15 anos, indicando que o uso contínuo é relevante nos resultados.

A forma úmida de degeneração macular relacionada à idade é causada pelo crescimento dos vasos sanguíneos. Isso provoca o inchaço e o sangramento da retina. O processo pode acontecer muito rapidamente, sendo idade, fumo e histórico familiar os principais fatores de risco. Os cientistas não souberam dizer quais mudanças seriam necessárias na ingestão do remédio para evitar a cegueira.

Os pesquisadores reconheceram, no entanto, que para a maior parte dos pacientes há "pouca evidência" para mudar a prescrição do medicamento. Eles também indicaram que o uso da droga seja reavaliado em pacientes de alto risco, como aqueles que já possuem a doença em um de seus olhos.

Substitua os analgésicos no combate à dor crônica
Quando a dor persiste, dois cuidados são fundamentais: buscar um especialista para entender a origem do problema e controlar o consumo de analgésicos, evitando a dependência deste tipo de medicamento. "O tratamento especializado para dor crônica e a mudança de hábitos ajudam a amenizá-la", afirma a anestesista Fabíola Peixoto Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). Contra elas, veja dicas simples e saudáveis.

Pratique exercícios

As dores pelo corpo atrapalham a prática de exercícios e, num círculo vicioso, a falta de exercícios piora as dores pelo corpo. Algumas condições, como fibromialgia e certos desvios de coluna, impedem ou atrapalham os movimentos. Nesses casos, o acompanhamento de um fisioterapeuta ou profissional de Educação Física é fundamental. "Mas vale lembrar que a atividade física pode ser praticada em outros ambientes, além da academia", afirma a fisioterapeuta Mariana Schamas, do grupo de caminhada Pare a Dor. Caminhadas ao ar livre, dança, tai chi chuan, yoga, pilates e até serviços de casa são alternativas para melhorar o condicionamento físico. O bem-estar imediato também sai ganhando, porque há liberação da endorfina enquanto você treina e esta substância é um analgésico natural do organismo, oferecendo uma sensação de relaxamento. Praticando exercícios pelo menos meia hora, três vezes por semana, por pelo menos dois meses, você sentirá menos dores, o que diminui até mesmo o uso de analgésicos.
                   
Meditação - foto: Getty Images

Relaxe

Alongamento, exercícios respiratórios e meditação acalmam a mente, relaxam a musculatura e ajudam você a ganhar consciência corporal, evitando esforços desnecessários para os músculos e para as articulações. Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, analisaram 500 estudantes que nunca haviam meditado. Os participantes fizeram um treinamento de 20 minutos da prática, durante três dias consecutivos e, depois, foram submetidos a testes com choques elétricos. Os resultados, publicados no The Journal of Pain, apontaram que a meditação ajudou a aliviar a dor, mesmo que os estudantes fossem iniciantes.
 
Mulher bebendo álcool - foto: Getty Images

Evite o álcool e durma bem

Muita gente acredita que um bom cálice de vinho ou até mesmo uma cerveja antes de dormir favorecem um sono mais relaxado. Mas, apesar de ajudar na dormência, o álcool provoca microdespertares durante a noite e não deixa que o sono REM (do inglês Rapid Eyes Movement, o sono mais profundo) chegue. "Quem dorme bem, descansa e relaxa mais e, consequentemente, sente menos dores", afirma a fisioterapeuta Mariana.
 
Alimentação saudável - foto: Getty Images

Alimente-se bem

A alimentação balanceada previne sobrepeso e obesidade, protegendo as articulações da dor e do desgaste causados pelo excesso de peso. Além disso, muitos alimentos têm substâncias anti-inflamatórias, que ajudam no combate à dor. Nessa classe, destacam-se opções ricas em ômega-3 (como o azeite e os peixes de água fria) e em antioxidantes, encontrados na semente de linhaça, na uva (especialmente nas de cor escura) e no tomate, por exemplo.
 
Diário da dor - foto: Getty Images

Investigue a dor

Escrever um diário da dor é muito importante tanto para o médico quanto para o paciente: anote o que desencadeou a dor e o que você fez para aliviar o desconforto. "O diário deve listar desde uso de medicamentos até fatores relacionados à mudança de humor, falta de sono, alterações climáticas ou problemas", afirma fisioterapeuta
 
Mulher descansando - foto: Getty Images

Respeite seu corpo

Quem tem uma dor crônica precisa se movimentar, mas isso não significa ultrapassar limites. Ouça seu corpo se ele pedir repouso e busque alternativas para melhorar sua disposição, sempre pouco a pouco. Agir de maneira agressiva, forçando esforços mais pesados, pode causar lesões e piorar ainda ais um quadro de dor.
 
Momento de lazer - foto: Getty Images

Tenha momentos de lazer

Manter um hobby é alternativa para você esquecer a dor por uns instantes, o foco é direcionado para uma atividade prazerosa e o incômodo aparece em segundo plano, melhorando seu convívio social e, por consequência, a autoestima. A dança, em ritmos leves, apresenta bons resultados na melhora de pacientes com dor crônica.
 
Mulher com remédio  - foto: Getty Images

Controle a medicação

Os remédios usados para tratar a dor crônica são os analgésicos e os psicotrópicos, que diminuem a ansiedade e melhoram o estado de tensão permanente comum nessas condições. Apesar de seguros quando prescritos e consumidos com a orientação de um médico, esses remédios podem dar um pouco de sonolência e prisão de ventre. "Preste atenção no seu organismo, faça anotações e fale sobre elas na próxima consulta médica, assim é possível ajustar a dose ou substituir o medicamento", afirma anestesista Fabíola Peixoto Minson, da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

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