Em seu tradicional discurso de abertura da 67ª Assembleia-Geral
das Nações Unidas, a presidenta Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira (25),
que a crise econômica internacional "ganhou novos e inquietantes contornos".
Segundo a presidenta, políticas ortodoxas estão agravando a crise e as
lideranças do "mundo desenvolvido ainda não encontraram um caminho" do
crescimento. "Os Bancos Centrais persistem em uma política monetária
expansionista", criticou.
Dilma afirmou ainda que a política monetária não pode ser a única resposta
para os problemas que afetam as camadas mais vulneráveis, entre eles o
desemprego. "Não aceitamos que a iniciativa de defesa comercial seja
classificada como protecionista", acrescentou. Na opinião da presidente, "não
haverá resposta" para a crise enquanto "não se intensificarem os esforços de
coordenação".Para Dilma, é urgente a construção de um pacto pela retomada
coordenada do crescimento econômico global.Conflitos religiosos
Dilma usou ainda seu discurso na Assembleia para "repudiar" o preconceito contra o islamismo, assim como o ataque à missão diplomática dos EUA que resultou na morte do embaixador norte-americano na Líbia.
"Registro nesse plenário nosso mais veemente repúdio à escalada de preconceito islamofóbico em países ocidentais", disse a presidente. "Com a mesma veemência, repudiamos os atos de terrorismo que vitimaram diplomatas americanos na Líbia."
A presidenta também disse que o Brasil condena "nos mais fortes termos" a violência na Síria e fez um apelo para que as duas partes do conflito no país dialoguem.
Assim como fez em seu discurso à Assembleia-Geral no ano passado, Dilma defendeu o reconhecimento da Palestina como membro pleno das Nações Unidas e o fim do embargo dos Estados Unidos contra Cuba.
Reforma na ONU
Durante sua fala, Dilma defendeu a urgente reforma da ONU. "A crise iniciada em 2008 mostrou que é necessário reformar os mecanismos de governança econômica. As guerras e os conflitos regionais mais intensos, com trágicas perdas de vidas humanas e enormes prejuízos materiais demonstra a imperiosa urgência de reforma institucional da ONU e de seu Conselho de Segurança", disse a presidenta, arrancando aplausos da plateia.
Ainda na defesa da reforma do Conselho da ONU, Dilma alertou para o fato de ele estar sendo substituído por coalizões que se formam à sua revelia, fora de seu controle e às margens do direito internacional. "É clara a ilegalidade e essa não é uma opção aceitável", ressaltou, frisando: "O Brasil lutará para que prevaleçam as decisões legítimas da ONU."
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